sábado, 16 de março de 2013

AMARRAS (ESCRITO EM 20 DE OUTUBRO DE 2011)


Amarras

by Kelly Silva Prado Guarani Kayowá (Notas) on Quinta, 20 de outubro de 2011 às 02:44
Já a alguns dias, eu tenho me questionado prufundamente sobre os meus desencontros afetivos.
E depois de muito pensar, inquerir, perguntar...
E depois de muito me culpar pela minha entrega excessiva, pela minha carência, pela minha dependência...
Comecei a perceber que todas essas situações angustiantes não eram só minhas, mas que cada um de nós carrega um pouco disso. Seja muito ou seja pouco....
Então continuei a pensar sobre essas amarras que cercam as nossas vidas, e depois de analisar muito do que eu já vivi, tive a intuição inicial de  que nós, seres humanos, temos amarras que tanto podem ser forte e pesadas como as âncoras de um navio, como podem ser leves mas barulhentas, tal qual as latas amarradas ao fundo de um carro que leva os recém casados...
Vejo-nos, muitas vezes, tomadas por sentimentos, preconceitos, dogmatismos e falsas verdades, que atuam como uma pesada âncora, que tanto pode nos impedir a aproximação maior com alguém, à medida que nos prende a um só ponto de ação e nos impossibilita os movimentos,  como também pode nos levar para o fundo de um mar de solidão e lamentações. 
Conheci pessoas que os preconceitos de todos os tipos imobilizaram, que os prejulgamentos impediram uma aproximação maior. Pessoas que se submeteram a opção de não ser feliz por não serem capazes de procurar outros pontos de observação, muito menos de buscar uma visão pura do outro, despindo-se dos  julgamentos prévios. Essas pessoas são aquelas que a âncora levou para o fundo do mar...  são aquelas que o peso de suas pré-escolhas a fizeram infelizes.  Essas escolhas podem ser de ordem moral, religiosa, social, cultural, econômica. Tantas pessoas nós afastamos quando optamos por só um ponto de vista, por uma só maneira de viver, rejeitando e afugentando aqueles que são diferentes de nós. 
E ainda existem aqueles que ainda se aproximar com os corpos, mas nunca com o coração. As amarras não  permitem que o coração se entregue...
Há aqueles que estão com as latas amarradas...  Elas não pesam, não impossibilitam os movimentos, mas elas assustam. 
Os donos das latas se entregam, tem mobilidade , conseguem ver além de seus pontos de vista, conseguem ultrapassar suas barreiras pra compreender e perceber o outro.  Mas eles ainda mantém amarras. São as amarras do sentimento, da ilusão, do auto-engano, da carência, da dependencia emocional. São inofensivas, mas assustam as pessoas que estão ao nosso redor. Elas também são um tipo de pré julgamento que fazemos das pessoas, mas dessa vez para o bem, onde fechamos os olhos para os defeitos ou para a falta de caráter das pessoas que se aproximam de nós. 
Muitos de nós temos latas e âncoras amarradas em nós.
Precisamos na verdade de aprender a nos desvencilhar de cada uma dessas amarras, pra sempre procurar enxergar as pessoas COMO ELAS SÃO, sem afastamentos e sem ilusões demasiadas. 
Espero conseguir, dessa vez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário